Texto Ap. 2: 8-11
Introdução:
– Segunda carta de Jesus às igrejas. Nossa mente funciona de uma forma curiosa: o adjetivo ‘segunda’ vai sempre nos apontar para a ‘primeira’. Se em Éfeso a palavra chave era Amor, aqui a palavra chave é Tribulação. E não deixa de ser verdade: amar dá muito trabalho!
– Esmirna ficava na mesma região geográfica que Éfeso e de certa forma disputava um pouco com ela a posição de importância. Ela não foi a segunda igreja por acaso. Era uma igreja que se comparava com Éfeso, mas era muito diferente. O problema em Éfeso era falta de amor, mas alí esse não era o problema. Ali havia pessoas dispostas até a morrer por causa de Jesus e a Bíblia diz que não há amor maior do que esse, do que dar alguém a vida em favor de outra pessoa.
– Essa igreja é famosa pelo seu bispo, Policarpo, que sessenta anos depois teve o seu martírio registrado para a história.
1 – Verso 8: Jesus muda as nossas perspectivas… ele é o primeiro e o último… a morte e a vida
– um das grandes limitações dos seres humanos é a dificuldade de ter uma boa perspectiva para encarar as coisas da vida. Todo ponto de vista é a vista de um ponto.
– A gente tem a tendência de ver apenas a ‘foto’, ou pelo menos as duas ou três últimas fotos, mas tem uma ‘cegueira’ para ver o filme.
– Toda vez que nos deparamos com uma tribulação temos que olhar para Cristo antes e lembrar que ele tem a perspectiva total e que a situação que você está vendo tem outras partes que você NÃO está vendo. Às vezes é necessário ‘sair’ um pouco do ‘olho do furacão’ para perceber corretamente as coisas.
2 – Verso 9: a pobreza e a riqueza são vistas de formas diferentes por Jesus.
– a cidade era rica, mas a igreja tinha empobrecido por causa da perseguição. É importante dizer isso: a Bíblia mostra que há causas para a pobreza: às vezes são eventos aleatórios, como chuvas e secas; às vezes são escolhas pessoais e impensadas; e às vezes se trata de um sistema de coisas e de poder, geralmente econômico. As pobrezas e as riquezas não são todas iguais para Deus.
– Jesus sabe que entre as tribulações que as pessoas passam, a pobreza é uma em especial que costuma abalar a autoestima das pessoas. O mundo nos julga e nos avalia pelo que temos e não pelo que somos.
– Jesus é diferente! Aquela igreja, na perspectiva de Jesus (lembra da perspectiva dele?) era rica. Domingo a noite vamos falar mais disso, mas a riqueza no Reino de Deus é medida de outras formas. Algumas pessoas que eram judeus e ricos estavam tripudiando da igreja, mas a resposta de Jesus é clara: Ele não mede uma igreja pela riqueza dos homens e sim pela sua Fidelidade. A principal e maior riqueza de alguém é a sua fidelidade, é a sua Fé.
3 – versos 10 e 11. Há vários momentos na vida… e na vida cristã também. Se quisermos prosseguir no caminho de conhecer o Senhor mais e mais, vamos ter de aprender a conhecê-lo também no sofrer e nas perdas. Há crescimento em Cristo que só acontece em lutas e sofrimento. Ele nos conhece… e também quer que nós o conheçamos.
– “pastor… essa palavra é muito dura! Deus quer que eu sofra? Quer que a igreja dele sofra?”. Deus definitivamente não quer que você sofra, mas sabe que você vai sofrer em algum momento, porque o sofrimento faz parte da vida. A primeira coisa que fazemos na vida ao nascer é justamente chorar. O que Jesus está dizendo é que mesmo no sofrimento é possível ser crente e experimentar a presença de Deus.
– a igreja de Esmirna estava passando por tribulação e ela ainda parecia que iria piorar até o ponto da morte. Para nós, hoje, a questão não é perseguição e morte, mas sim saber o que fazer quando essas duas coisas acontecem: 1) Deus não responde nossas orações da forma que esperávamos; e 2) precisamos lidar com perdas.
– o que fazer? O texto diz para a igreja daquela época e para nós hoje que precisamos fazer uma escolha. Podemos escolher deixar a raiva, a frustração, o medo e a desilusão tomar conta… ou podemos escolher a fé. A fé, assim como o amor, é uma escolha diária. Não é uma coisa do ‘piloto automático’ (aliás, nenhuma atitude importante da vida pode ser feita bem no piloto automático).
Conclusão
– o texto fala de uma coroa. Aqui não é a coroa do Rei, mas a que os campeões dos jogos recebiam como troféu. A mensagem é bem direta: escolha ter fé e confiar em Deus quando a sua perspectiva for de perdas e derrotas e você terá ganhos e vitórias na perspectiva de Deus, por que é ela que importa. Lembra da foto e do filme? A vida é um filme, não uma foto, e no final do filme, o vencedor, que vai receber o prêmio e o troféu, é quem escolheu ter fé.
– existe uma segunda vida e uma segunda morte. Lembra que quando se fala ‘segunda’ nosso cérebro pensa imediatamente na… primeira? A primeira morte não é opcional… vem para todos, mas a segunda é. Há uma vida que vale a pena ser vivida, e continuada. E há outra que não vale a pena continuar. O convite e a garantia aqui é que com Jesus há uma vida que vale a pena ser vivida inteira, até o fim. E ela será tão boa, tão excelente, que o fim não será o fim, mas o novo começo.
– Igrejas podem sofrem também, mas isso não quer dizer que Jesus, que anda no meio dela, deixou de amá-la. Esta igreja, mesmo nos seus momentos mais difíceis (e eu ouvi muitos momentos difíceis!) nunca deixou de ser amada. O amor nunca foi o problema dessa igreja aqui em São Francisco. Nem toda igreja tem esse amor. Isso é dom de Deus. Na semana passada vimos uma igreja que perdeu esse amor, mas a igreja de vocês, a nossa igreja, nunca perdeu isso.
– Há uma frase mais ou menos conhecida de uma artista mexicana que diz mais ou menos assim: onde não há amor, não te demores. Um lugar só é bom para ficar, para lançar raízes, para estar, se houver amor. A tribulação passa, o amor fica. E glória a Deus por que o tempo das tribulações passou, mas o amor ficou!
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