Texto Ap 2:1-7
Introdução:
– Éfeso era uma das mais importantes dentre as onze cidades que constituíam a província romana da Ásia, chegando a possuir segundo os historiadores, uma população superior a um milhão de habitantes. Foi nomeada por Roma. capital desta sua província, 1m 133 A.C . Estava situada na desembocadura do rio Caister e era um porto marítimo do mar Egeu. Distava cerca de 60 km ao sudoeste de Esmirna; Devido à sua localização estratégica, teve existência sempre tumultuada, ocasionando-lhe mudança de dominadores por várias vezes, entre macedônios, persas, sírios e romanos. Nesta cidade havia entre outros, dois grandes edifícios: o templo de Diana (Artemis) e o teatro. O templo foi considerado uma das dez maravilhas do mundo antigo, e o teatro foi um dos maiores conhecidos no passado, podendo acomodar uma assistência nada inferior a 24.000 sentadas;
– Éfeso era também um grande centro religioso na sua época; os adoradores de Diana para lá se dirigiam costumeiramente, para sua adoração (At. 19:27). Estes fiéis acreditavam que a estátua de Diana, que ficava no meio do templo era um meteorito que havia caído de Júpiter diretamente naquele lugar. Além de Diana, adoravam também entre outros a Heros (deus pagão da sensualidade), Athenas (deusa da sabedoria), Esculápis (deus da medicina), e como não poderia deixar de acontecer, também adoravam ao Imperador Romano, que tinha o seu altar e o seu templo. Lendo o livro de Atos, percebemos que esta cidade era realmente um grande centro de superstições. mágicas e espiritismo (At. 19:19).
– A igreja de Éfeso foi fundada provavelmente por Paulo, Áquíla e Priscila (At. 18:18-28), sendo a passagem de Paulo por esta cidade marcada por grandes conversões e transformações de vidas (At. 19:8-18). O trabalho missionário de Paulo nesta cidade repercutiu de tal forma, que toda província romana da Ásia ouviu a mensagem do evangelho de Cristo. Diz ainda a tradição que o apóstolo João viveu em Éfeso por algum tempo. pastoreando a igreja local.
1 – Credenciais
– v.1. Vimos anteriormente, que as “sete estrelas” simbolizavam a liderança local das sete igrejas, e os “sete candeeiros de ouro “representavam as sete igrejas (1:20). O que Jesus está então declarando, é que Ele próprio é quem assegura e mantém com firmeza (conserva), a liderança da sua igreja, estando também implícito aqui, o feito de que quem coloca ou retira um líder do seu lugar é Ele mesmo;
– O texto diz ainda, que Ele se movimenta no meio das igrejas, dando a entender que o Senhor se ocupa todo tempo, tanto em abençoá-las, como em julgá-las. Deste contexto, podemos concluir também, que o Senhor conhece o que se passa na sua igreja pois tudo é transparente aos Seus olhos (Hb. 4:12-13).
– A uma igreja que começa a abandonar o “primeiro amor”. Jesus se apresenta como aquele que pode não somente sustentá-la nas provações, mas também, julgá-la por não se manter perseverante.
2 – Elogio
– vs. 2-3 e 6. No original grego, a expressão “conheço as tuas obras” está associada a comportamento e estilo de vida. Significa aqui que Jesus sabia do envolvimento daquela comunidade na obra de Deus, especialmente na evangelização (At. 19:10). Jesus afirma conhecer ainda a perseverança daqueles crentes, em meio a seu tão difícil contexto de vida, que tornava árdua a sua caminhada cristã, impondo-lhes certamente diversas provações;
– Além do terrível quadro moral e social em que viviam, ainda sofriam o ataque de doutrinas heréticas, como a dos “gnósticos”, que ensinavam que a salvação era função apenas de conhecimento espiritual, e que carne e espirito são coisas dissociadas e incompatíveis entre si. Em Éfeso, entretanto, esses falsos apóstolos não encontraram guarida, pois a sua liderança era zelosa para com a sã doutrina;
– “Obras dos Nicolaítas” provavelmente indica de modo simbólico algum tipo de seita herética existente naquela comunidade. Alguns dos antigos “pais da igreja”, como Irineu, especulavam que esta seita teria sido fundada por Nicolau, prosélito de Antioquia (At. 6:5), que havia segundo a tradição, apostatado da fé por causa da lascívia e da prática da imoralidade. Outros acreditam ainda, ser esta uma outra referência aos “gnósticos” já anteriormente mencionados. Qualquer que seja a interpretação, não vai alterar o que Jesus quer realmente ensinar, ou seja, que é seu desejo que haja em nosso coração, repúdio a falsas doutrinas e heresias.
3 – Repreensão e Sentença
– Vs. 4-5. A palavra grega traduzida como abandonaste, foi a mesma que Jesus usou para a questão do divórcio, dando a entender que uma igreja pode possuir todas as virtudes por ele mesmo elogiadas, e no entanto, trabalhar sem a motivação primeira do amor, sem o qual “nada disso se aproveitará'(1Co 13:1-3);
– Jesus nos exorta a mantermo-nos sempre na origem do referencial divino da verdadeira vida cristã, que deve ter apenas a motivação do amor de Cristo, e à cristo. “Lembra-te de onde caíste”, é um convite compungido ao retorno àquele amor inicial que nos constrange a um trabalho motivado apenas por esta maior virtude cristã (I Co. 13:13).
– A sentença está claramente condicionada a ausência do arrependimento, caso em que. Ele iria remover dali aquela igreja. Sabe-se através da história secular, que esta carta produziu grande quebrantamento na Igreja de Éfeso, a ponto de levar o bispo Inácio de Antioquia a declarar que no “tempo de Onésimo” aqueles crentes viviam em unidade e amor, seguindo todas as recomendações de Paulo. Entretanto, por volta do ano 430 A.D., esta igreja já havia perdido novamente a motivação do amor. Em 400 A.D. um grande surto de malária assolou a cidade, quando então, muitos morreram, e o restante foi aconselhado a deixar aquela localidade. Nesta ocasião a igreja local de Éfeso sucumbiu totalmente.
Conclusão
V. 7. Através do contexto bíblico do livro de Gênesis, encontraremos segura interpretação para esta promessa (Gn. 3:22-23). Primeiramente, observamos neste texto, que árvore da vida” representa a possibilidade de se viver eternamente, possibilidade esta, transformada aqui, em promessa aos que perseverarem até o fim. Esta não é na realidade uma bênção que só um grupo de crentes vencedores receberá mas uma promessa para todos os verdadeiros discípulos de Cristo (Mt. 10:38-39), que tem seus nomes escritos no livro da vida do cordeiro (20:15; 21;27); vale ainda, ressaltar aqui, que “vida eterna” biblicamente falando, traduz-se em recebermos a própria vida de Deus, em natureza, modelo e estilo;
– Em segundo lugar, vemos o fato desta árvore se encontrar no “paraíso de Deus”. Isto fala-nos de prazer, satisfação, e da plenitude espiritual que teremos quando estivermos em total comunhão com deus, nos “alimentando então da árvore da vida”. Agora esta comunhão é parcial, mas naquela ocasião, nós O veremos e O teremos totalmente em nossas vidas (I Co. 13:12).